O Fórum Global sobre Mediação Internacional foi realizado em Hong Kong na última sexta-feira (30), logo após a cerimônia de assinatura da Convenção sobre o Estabelecimento da Organização Internacional para Mediação (IMOed, na sigla em inglês).
O evento reuniu líderes de Estados signatários, chefes de organizações internacionais, instituições multilaterais e especialistas da área para debater temas como a mediação entre Estados e a resolução consensual de disputas em investimentos e comércio internacionais.
A mediação foi amplamente elogiada por seu foco tanto na justiça processual quanto na justiça de resultados, sendo apresentada como uma alternativa colaborativa e vantajosa frente aos métodos adversariais de resolução de disputas. Segundo os participantes, a IMOed deve preencher uma lacuna crítica nos mecanismos globais, fortalecendo a governança internacional e incentivando a cooperação entre nações.
Durante seu discurso, o secretário de Justiça da Região Administrativa Especial de Hong Kong, Paul Lam, enfatizou que a mediação representa uma abordagem pacífica, construtiva e orientada para o futuro, de acordo com o direito internacional. Ele destacou a escolha de Hong Kong como sede do tribunal como reflexo de sua infraestrutura jurídica consolidada, seu sistema de common law e sua eficiência na resolução de disputas transnacionais.
Lam também apontou que Hong Kong, com sua tradição jurídica interjurisdicional, está preparada para expandir seus serviços de mediação e atrair novos Estados-membros à IMOed.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Indonésia, Arif Havas Oegroseno, elogiou o momento estratégico da criação da organização, observando que ela responde a uma crescente demanda global por mecanismos cooperativos de resolução de conflitos. Ele afirmou que a Indonésia contribuirá ativamente para a formulação das regras do tribunal.
Edward Liu, representante da Câmara Internacional de Navegação (China) e sócio da Haiwen & Partners LLP, definiu a IMOed como uma “solução chinesa” que fortalece o foco da China em engajamento pacífico e governança global. Segundo ele, a iniciativa incorpora a filosofia chinesa de “harmonia com a diversidade”.
Liu destacou ainda o papel singular de Hong Kong como jurisdição de common law sob o modelo “um país, dois sistemas”, o que a posiciona como ponte estratégica entre a China continental e o mundo. Ele concluiu dizendo que a cidade está bem colocada para atender tanto aos interesses nacionais quanto às necessidades internacionais no campo jurídico.