A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) lançou um painel dinâmico que permite acompanhar em tempo real a capacidade de operadoras e administradoras de planos de saúde em resolver conflitos com beneficiários de forma consensual. Batizado de Taxa de Intermediação Resolvida (TIR), o sistema substitui o antigo indicador de Taxa de Resolutividade (TR) e amplia a transparência sobre o tratamento de reclamações registradas nos canais da ANS.
Como funciona a TIR
A nova métrica avalia a resolução de conflitos ainda na fase preliminar de mediação, quando a ANS encaminha a demanda à operadora via Notificação de Intermediação Preliminar (NIP). As empresas têm 5 dias úteis para solucionar questões assistenciais (como cobertura de tratamentos) e 10 dias para demandas não assistenciais (problemas administrativos). Segundo a ANS, 80% das reclamações são resolvidas nessa etapa, sem necessidade de intervenção judicial.
O painel permite filtrar dados por região do beneficiário e tipo de reclamação. Em 2024, por exemplo, a TIR para planos de assistência médica foi de 76,7%: das 374,2 mil demandas registradas, 286.999 foram solucionadas.
Mudança de paradigma
Antes da TIR, a ANS usava a Taxa de Resolutividade (TR), que media a eficiência apenas após a análise final de um técnico. Agora, o foco é a agilidade na mediação preliminar, priorizando soluções rápidas e menos burocráticas.
Cobertura assistencial foi o tema mais reclamado, respondendo por 80% das demandas. Questões como negativa de procedimentos, limitações em contratos e dificuldades no agendamento de consultas dominaram os registros.
Impacto para consumidores
O painel TIR está disponível no site da ANS e permite que a sociedade monitore o desempenho das operadoras. “É uma ferramenta essencial para empoderar o beneficiário, que agora pode verificar se sua reclamação foi resolvida e como a empresa atuou”, destacou a agência em nota.
Próximos passos
A ANS planeja atualizar o painel mensalmente e expandir os filtros de busca, incluindo comparações históricas e rankings por operadora. A meta é pressionar o setor a melhorar a qualidade do atendimento e reduzir judicializações.